sexta-feira, 26 de dezembro de 2008





Ele foi presidente do Greenpeace no Canadá durante nove anos e diretor do Greenpeace Internacional durante sete anos, hoje preside a Greenspirit Strategies, uma consultoria de política ambiental e afirma que a energia nuclear é uma fonte limpa e segura, capaz de produzir em grande escala sem contribuir para o efeito estufa. Para ele, é tempo de afastar o ambientalismo do confronto e avançar rumo ao consenso, sem os erros e distorções do debate atual sobre o tema. Ele defende que os problemas do meio ambiente sejam discutidos com base em dados científicos precisos e na criação de soluções sustentáveis.
Pela primeira vez no Brasil Moore, participou no Rio de Janeiro, de um evento paralelo ao XII Congresso Brasileiro de Energia, a convite das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Eletrobrás Termonuclear (Eletronuclear), Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) e Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan).
A palestra, denominada "A Energia Nuclear e seus Desafios", foi realizada no Centro de Convenções Sul América e em seguida, Moore concedeu entrevista coletiva no mesmo local.
Usinas nucleares
Sobre as usinas nucleares, as quais denominou como "a invenção mais perigosa da humanidade" quando militante do Greenpeace, Moore ressaltou que naquela época se achava que tudo o que era nuclear era ruim. "Acreditávamos que a energia nuclear estava inevitavelmente ligada às armas atômicas. Mas é só reparar que os reatores que produzem energia não são usados para matar pessoas. Na verdade, reatores são usados até na medicina para produzir medicamentos que tratam milhões de pessoas. Muitas tecnologias podem ser usadas para o bem ou para o mal. Você pode voar em um avião para promover uma missão de paz ou para destruir uma cidade com uma bomba".
Contaminação da água em Caetité
Com relação à suposta contaminação da água no município de Caetité, largamente divulgada pelo Greenpeace e por alguns meios de comunicação, Patrick Moore destacou que o urânio no seu estado natural não oferece nenhum tipo de prejuízo ao ser humano e ao meio ambiente e que a sua exploração é feita dentro de rigorosos padrões, sendo pouco provável que haja a contaminação.
Interesses do Greenpeace
Moore destaca que o movimento ambiental se tornou uma indústria global "o ambientalismo é guiado hoje por campanhas de desinformação e medo, nas quais não há ciência para embasar. A maioria dos militantes é ingênua, acredita naquilo. Mas os líderes lançam essas campanhas apenas para arrecadar fundos. Não há problema em arrecadar fundos, desde que não seja baseado em desinformação. Acho que a tendência é que percam credibilidade ao não ouvirem a ciência, mas isso leva tempo ainda."
Margareth Castro – enviada especial da Revista Imagem ao Rio de Janeiro

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