segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Caetité está de luto pela morte do filho ilustre Waldick Soriano


Caetité está de luto pela morte do filho ilustre Waldick Soriano

Após três anos de batalha contra um câncer de próstata, morreu na madrugada de quinta feira às 5h35 , aos 75 anos, o cantor e compositor caetiteense Waldick Soriano. Ele passou os últimos dias internado no Hospital do Câncer, em Vila Isabel, na zona norte do Rio. “Meu pai tinha a certeza de que ia melhorar e voltar a fazer shows. Nunca vi tanta garra em uma pessoa. Ele só pediu para ser internado no domingo após sentir muitas dores, mas mesmo no hospital achava que ia ficar bem”, revelou a filha do cantor Walquíria Soriano, 42 anos.
Waldick morava havia anos em Fortaleza, no Ceará, em um modesto apartamento alugado. Depois de colocar três pontes de safena e passar pelo drama da morte de uma das filhas, em 2006, o cantor descobriu que estava com câncer de próstata em estado avançado. Ele iniciou o tratamento ainda na capital cearense. De acordo com Walquíria, em abril deste ano, ao tomar conhecimento que o estado de saúde do pai se agravara, os sete filhos se mobilizaram para trazê-lo para o Rio, onde ficou hospedado na casa da ex-mulher Walda Soriano.
Autor de canções de sucesso nacional a partir dos anos 60, como Paixão de um Homem, A Carta, Tortura de Amor, A Dama de Vermelho e Eu Não Sou Cachorro Não, Waldick Soriano, um dos grandes ídolos da canção romântica brasileira que ganharam status de cult, recebeu uma terna homenagem em vida da atriz Patrícia Pillar, que dirigiu e escreveu o roteiro (em parceria com Fausto Nilo e Quito Ribeiro) do documentário Waldick - Sempre no meu Coração.
Até agora só exibido em festivais, o filme compõe, com as canções, um retrato tocante e melancólico do cantor, que teve 14 mulheres ao longo da vida, mas diz que jamais encontrou a felicidade com nenhuma delas. Nos últimos anos, passou a morar sozinho, em Fortaleza, rejeitando o afeto das que se arrastavam de paixão por ele.
Um episódio determinante para tanta dor-de-cotovelo nas suas músicas, segundo algumas de suas mulheres, foi o fato de ser sido rejeitado pelos pais na infância. Seqüestrado pela mãe ainda menino, foi recuperado pelo pai, que o entregou para ser criado por um tio. Revelando no filme ser refratário a relações fraternas (tem até uma discussão com um dos filhos), Waldick cunhou frases amarguradas como “meu amigo é meu travesseiro”. Mas, pelo que contam os familiares, morreu cercado de afeto.
Obs: O morte de Waldick Soriano comoveu Caetité, sua terra natal, Na Catedral de Senhora Santana uma multidão compareceu a missa de setimo celembrado em sua homenagem, familiares e amigos de longas datas a exemplo de Dr. Edilson Batista de Souza, Galdino Guanais e Dr. André Koehne, relataram um pouco da vida e da carreira do cantor.
Hoje, sete dias após a perda do caetiteense mais famoso, nos reunimos para render-lhe uma pequena homenagem póstuma.
Nada, entretanto, poderá refletir aquilo que foi o caetiteense Eurípedes Waldick Soriano.
Nossa cidade jamais apresentou outro cantor, outro artista, que tivesse tocado tão profundamente a alma do brasileiro – e para que isso pudesse ocorrer, primeiro teve Waldick de sair de nossa terra... E ter saído de Caetité foi mesmo o passo necessário para seu engrandecimento. Sem este passo dolorido não haveria para o mundo o “Frank Sinatra brasileiro”. As noites das vidas difíceis não teriam este farol a lenir suas dores, a deitar esperanças onde campeia a desilusão.
André Koehne
Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Da Academia Caetiteense de Letras

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